IA: O Que Separa o Discurso da Realidade nos Negócios?
Apesar do avanço nas discussões sobre inteligência artificial, a maioria das empresas ainda patina entre entusiasmo e resultados concretos. Um dado recente da IBM expõe o contraste com clareza: apenas 15% das organizações que implementaram IA realmente conseguiram gerar impacto medido em performance e receita. A grande maioria segue em fase exploratória, muitas vezes investindo sem clareza sobre o retorno esperado.
Os líderes que prosperam nesse novo cenário têm menos em comum com os que “testam IA” do que se imagina. Eles não esperam que a tecnologia resolva seus desafios, mas constroem ativamente as bases para que ela funcione. Este artigo examina os quatro hábitos centrais que diferenciam essas empresas e oferece dados que ajudam a separar discurso inspiracional de execução concreta.
1. Estratégia Antes da Execução: A Diferença Está no Alinhamento, Não no Plano
Não é a existência de um plano que separa os líderes do resto. O que os distingue é o grau de comprometimento da liderança executiva em torno da estratégia. O mesmo estudo da IBM mostra que 72% das empresas consideradas líderes em IA têm alinhamento entre a direção executiva e os times de tecnologia. Já entre as empresas em estágio iniciante, esse número cai para 36%.
Esse desalinhamento custa caro. Iniciativas fragmentadas, pilotos que não evoluem e tecnologias implementadas fora do contexto do negócio geram ruído operacional e diluição de recursos. Os líderes, por outro lado, priorizam aplicações com retorno direto, conectadas às metas da empresa. Ao invés de explorar funcionalidades genéricas, focam em resolver problemas reais com a precisão de um roadmap bem executado.
2. Dados Proprietários: Onde Está o Verdadeiro Valor Competitivo
Com a democratização de modelos poderosos, a diferenciação real não está em usar IA, mas em como ela aprende com os dados de cada empresa. Os líderes reconhecem que uma IA genérica gera respostas previsíveis. É o uso de dados proprietários que permite personalizar respostas, ajustar decisões e antecipar movimentos do mercado.
Segundo a IBM, 72% das empresas líderes investem na construção de pipelines próprios de dados, com governança e integridade. Isso inclui arquiteturas como malha de dados, integração entre setores e ferramentas de catalogação para garantir que as informações certas estejam disponíveis no momento certo. Entre os aprendizes, apenas 11% fazem esse tipo de investimento.
Os dados não são apenas o combustível da IA. São o diferencial que nenhuma outra empresa consegue copiar.
3. Agir com Incompletude: Progresso Rápido Vence o Perfeccionismo
As empresas que avançam não esperam por soluções finalizadas. Elas aprendem em movimento. O dado é contundente: 65% das empresas líderes se descrevem como agressivas nos investimentos em IA. Isso não significa aposta cega, mas disposição para colocar soluções em produção e ajustá-las com base em feedback real.
Ao contrário, as empresas que não saem da fase de prova de conceito acabam desperdiçando energia em projetos que nunca ganham escala. Um ciclo vicioso de planejamento excessivo e pouca ação.
Os líderes também constroem ambientes para sustentar essa velocidade. Centros de excelência e comitês de governança asseguram que a inovação não sacrifique segurança ou aderência às metas estratégicas. O progresso vem da capacidade de agir, avaliar, corrigir e repetir, sem paralisar por medo de errar.
4. Liderança Humana: A Tecnologia Não Funciona Sem Cultura
Se há um fator comum entre as empresas que obtêm resultado com IA, ele é comportamental. A tecnologia precisa de visão clara, envolvimento das equipes e gestão de mudança eficaz. E isso só acontece quando há liderança que entende o impacto humano da transformação.
Não se trata apenas de treinar times em novas ferramentas, mas de cultivar uma mentalidade de aprendizado e adaptação. Os líderes de IA criam narrativas fortes, conectam a estratégia aos desafios das pessoas e oferecem suporte para que elas cresçam junto com a tecnologia.
O próprio relatório da IBM descreve esse ponto como um dos mais negligenciados entre as empresas que falham na adoção. Ferramentas são replicáveis. Cultura e propósito, não. Por isso, lideranças comprometidas com a mudança são o verdadeiro motor do sucesso na transformação digital.
Conclusão: A Diferença Está Menos no Que se Usa e Mais em Como se Pensa
Os 15% que têm sucesso com IA não chegaram lá por acaso. Eles alinharam estratégia com operação, investiram em dados como ativos proprietários, agiram com pragmatismo e cultivaram liderança capaz de guiar pessoas por processos de mudança. A diferença está em priorizar o que é estrutural e não apenas o que é novo.
O desafio, agora, é construir essa maturidade organizacional com intencionalidade. A tecnologia já está disponível, o que falta, na maioria das vezes, é o preparo para usá-la com foco, disciplina e clareza sobre o que se quer transformar.
Se sua empresa ainda decide iniciativas de IA por conveniência ou modismo, talvez seja hora de repensar o caminho. Quer entender como aplicar inteligência real em vendas e decisões comerciais? Conheça a Entende.ai.

